Seu advogado, Cezar Bittencourt, garantiu que não há preocupações com relação ao acordo de delação de Cid ser reavaliado. Segundo ele, é comum que novas informações surjam durante o inquérito e a polícia procure novamente as pessoas que estão sendo investigadas. No entanto, se a Polícia Federal concluir que Mauro Cid não cumpriu as obrigações do acordo, ele poderá perder os benefícios, incluindo o direito de permanecer em liberdade.
Cid foi preso em maio de 2023 no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Ele ficou detido em um batalhão da Polícia do Exército em Brasília até setembro, quando firmou o acordo de colaboração premiada com a PF e foi solto por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
As investigações apontaram para a participação de Bolsonaro e integrantes de seu governo em uma tentativa de golpe de Estado. Ainda foram identificados esforços para divulgar notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro. Mensagens encontradas no celular de Mauro Cid mostram que, apesar das garantias de segurança das urnas eletrônicas, continuou a elaboração da minuta do golpe.
Cid foi preso novamente em março deste ano por descumprimento de cautelares e obstrução de Justiça, mas foi solto em liberdade provisória em maio. O ministro Alexandre de Moraes decidiu manter a validade do acordo de delação após a confirmação das informações pelo militar durante uma audiência.