Em seu discurso, Lula enfatizou que a resposta para a crise do multilareralismo é mais multilateralismo, destacando que não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações necessárias na ordem internacional. O presidente defendeu a reforma das instituições internacionais, visando ampliar o peso dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, em uma clara crítica à ordem vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial e ao neoliberalismo.
Dentro do contexto da presidência do Brasil no G20, Lula ressaltou a importância da reforma da governança global, destacando que o grupo é composto pelas 19 maiores economias do planeta, além da União Europeia e União Africana. O presidente salientou o potencial do G20 para reformar a ordem internacional, uma vez que reúne países ricos e em desenvolvimento em sua mesa de liderança.
Além disso, a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi apontada como uma das pautas prioritárias na revisão da governança global. Lula criticou o poder de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, ressaltando que esse sistema resulta na omissão do poder internacional diante de conflitos e guerras ao redor do mundo.
Diante deste cenário, o presidente defendeu uma maior representatividade de países emergentes e em desenvolvimento nos debates internacionais, destacando que a estabilidade mundial depende de instituições mais representativas. Lula concluiu seu discurso afirmando que a pluralidade de vozes é fundamental para o equilíbrio mundial e que o futuro será multipolar, pavimentando assim o caminho para a paz e a segurança global.