Essa inversão de posições em relação à média de aprendizagem em Matemática é um fenômeno único no Brasil, pois, de forma geral, os estudantes autodeclarados brancos costumam apresentar melhores médias de aprendizagem tanto em Matemática quanto em Português. Contudo, em Alagoas, a realidade se mostra diferente, o que desperta o interesse de especialistas da área educacional.
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, esse destaque dos alunos negros de Alagoas reflete as políticas públicas implementadas pelo Governo do Estado para combater a desigualdade racial no ambiente escolar. Dentre essas políticas, destacam-se programas como o Cartão Escola 10, que visa manter os estudantes em sala de aula, e o Professor Mentor, que promove o protagonismo estudantil através do “Projeto de Vida”. Além disso, a participação em olimpíadas, especialmente de Matemática, também contribui para a inclusão e valorização dos talentos individuais e coletivos dos alunos.
Para Zezito de Araújo, técnico pedagógico da Secretaria de Educação de Alagoas, a atualização do Referencial Curricular do estado com abordagens sobre as relações étnico-raciais, aliada à análise de dados do Censo Escolar e do IBGE, são estratégias fundamentais para o desenvolvimento de políticas educacionais mais inclusivas. Já Fabiana Alves de Melo Dias, superintendente de Desenvolvimento da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Políticas Educacionais da Seduc, destaca a importância do programa “Declare sua Cor” na identificação e atendimento das necessidades específicas dos diferentes grupos étnico-raciais.
Diante desse cenário, fica evidente que as ações implementadas pelo Governo de Alagoas têm contribuído significativamente para a promoção da equidade racial na educação, beneficiando não apenas os alunos negros, mas toda a comunidade escolar. É essencial que esse compromisso com a igualdade seja contínuo e que políticas eficazes sejam desenvolvidas e monitoradas com base em dados concretos, visando sempre garantir uma educação de qualidade para todos.