Apesar do crescimento, a distribuição desses leitos ainda é considerada “gravemente desigual” pela entidade, tanto em termos geográficos quanto sociais. A Amib enfatiza a necessidade de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e dos profissionais intensivistas pelo país.
Um dos pontos destacados no estudo é a disparidade entre a oferta de leitos na rede pública e privada de saúde. Em 2024, dos 73.160 leitos de UTI existentes no país, 51,7% são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os restantes 48,3% estão na rede privada de saúde. A diferença na população atendida por esses dois sistemas evidencia um desequilíbrio preocupante.
Além disso, há uma grande disparidade regional na disponibilidade de leitos de UTI. Enquanto o Norte do país apresenta uma média de 27,52 leitos por 100 mil habitantes, o Sudeste registra uma média de 42,58 leitos. No entanto, em todo o país, a densidade de leitos por 100 mil habitantes é de 36,06, com 19 dos 27 estados abaixo desse patamar.
O estudo também destaca o crescimento do número de médicos especialistas em medicina intensiva, que aumentou 228% entre 2011 e 2023, chegando a 8.091 intensivistas em 2023. No entanto, há uma grande discrepância na distribuição desses profissionais, com o Norte e o Nordeste do país registrando uma média inferior de intensivistas por habitante.
Em resumo, apesar do aumento do número de leitos de UTI e de médicos especialistas em medicina intensiva, ainda existem desafios importantes a serem enfrentados para garantir uma distribuição equitativa desses recursos essenciais no sistema de saúde brasileiro.