O caso chamou a atenção da mídia após a jornalista Jackeline Oliveira se sentir ofendida com a atitude considerada racista do casal e registrar ocorrência na delegacia. As imagens do momento em que o casal imitava macacos na Praça Tiradentes, região boêmia do centro da cidade, foram fundamentais para a abertura do inquérito pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Os indiciados, ambos professores – um brasileiro e uma argentina – foram ouvidos durante as investigações, que resultaram no indiciamento pelo crime de racismo. O inquérito concluiu que o comportamento do casal associou negativamente indivíduos ou grupos, especialmente a população negra, perpetuando uma história de racismo e desigualdade. Mesmo sendo considerado como uma “brincadeira”, o ato pode ferir a dignidade e perpetuar traumas e desigualdades sociais.
O relatório do inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que poderá denunciar o casal à Justiça. A investigação realizada em quatro meses analisou imagens, ouviu testemunhas e os indiciados. A Polícia Civil justificou que o tempo de investigação é normal e não teve relação com o feriado da Consciência Negra.
Jackeline Oliveira, que foi a vítima da ação racista, considerou simbólico o indiciamento ter sido realizado no Dia da Consciência Negra e expressou esperança por justiça. Ela ressaltou a importância de denunciar casos de preconceito e discriminação, encorajando as pessoas a não se calarem e a lutar pelos seus direitos.
O crime de racismo é inafiançável e imprescritível, e em caso de condenação, a pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão. A voz de Jackeline Oliveira e a denúncia desse caso servem como exemplo para que mais pessoas se sintam encorajadas a denunciar situações de preconceito e discriminação, contribuindo para a luta contra o racismo e a garantia de direitos para todos.