BRASIL – Estudo do Espro revela exclusão de jovens negros no ambiente de trabalho no Brasil: violência, falta de reconhecimento e discriminação.

Uma pesquisa realizada pelo Espro, instituição voltada para o ensino social profissionalizante, revelou que 41% dos jovens negros no Brasil já foram excluídos de grupos sociais no ambiente de trabalho. Esse estudo, em parceria com a Diverse Soluções, que atua em diversidade e inclusão, consultou 3.257 adolescentes e jovens de todo o país, entre 14 e 23 anos, que participaram de programas de capacitação profissional do Espro.

Os resultados apontam que 38% dos jovens negros não tiveram reconhecimento por suas ideias no ambiente de trabalho. Além disso, 30% afirmaram ter encontrado dificuldade de acesso a ambientes, equipamentos ou pessoas, enquanto 29% relataram ter sofrido violência verbal, física ou psicológica. Outros 19% não foram considerados para promoções e 32% foram desclassificados de vagas de emprego por suas características individuais.

Um caso exemplar foi o de Rayane Júlia Xavier da Silva, uma jovem aprendiz no departamento financeiro de uma instituição de saúde. Ela relatou ter sofrido injúria racial em seu trabalho anterior em um hotel, onde um colega a insultou por ser uma “mulatinha”. Apesar de denunciar o caso à empresa, nenhuma providência foi tomada, levando Rayane a deixar o emprego por medo de represálias.

Os resultados também apontam que 66% dos jovens negros nunca se sentiram coagidos a esconder sua diversidade no ambiente de trabalho. No entanto, 46% deles já sentiram ou presenciaram situações de preconceito relacionadas à diversidade neste ambiente.

Diante desses dados, especialistas ressaltam a importância das empresas reforçarem os mecanismos de prevenção e combate à discriminação no ambiente de trabalho. Beatriz Santa Rita, diretora da Diverse Soluções, destaca a necessidade de acompanhamento e acolhimento dos jovens negros em seus primeiros passos no mercado de trabalho para evitar experiências discriminatórias que possam afastá-los do ambiente formal e contribuir para o aumento da informalidade.

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