Luciane Moessa, diretora executiva e técnica da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis, ressaltou a importância de priorizar a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, em detrimento do agravamento provocado pela falta de ações efetivas. Ela propôs um modelo de alinhamento das regras para acesso a recursos do mercado de capital, seguros e operações de crédito, inspirado no modelo de concessão de crédito rural do país.
Segundo Claudio Filgueiras, chefe do Departamento de Crédito Rural do Banco Central do Brasil, em 2024 mais de US$1 bilhão em financiamentos foram bloqueados devido a irregularidades socioambientais. Ele defendeu a necessidade de um sistema de monitoramento dos imóveis rurais para garantir a transparência e a conformidade com as regras estabelecidas.
Marcos Woortmann, diretor adjunto do Instituto Democracia e Sustentabilidade, destacou a falta de definição nas normas vigentes sobre a avaliação de riscos climáticos e socioambientais em diversos setores financeiros, o que abre brechas para interpretações diversas. Ele ressaltou a importância de estabelecer critérios claros para negar crédito, investimento ou seguros em casos em que os riscos identificados não sejam mitigados.
A proximidade entre o setor financeiro e a área ambiental foi considerada produtiva pela secretária nacional de mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni. Ela ressaltou a importância de desenvolver instrumentos que facilitem o acesso a recursos para enfrentar as mudanças climáticas, destacando a relevância dessas discussões na COP29.