BRASIL – Estudo aponta que Brasil pode substituir plásticos derivados de combustíveis fósseis sem impactos significativos, se houver gestão cuidadosa da reciclagem

O Brasil apresenta um potencial significativo para substituir plásticos derivados de combustíveis fósseis sem causar impactos relevantes ao meio ambiente, de acordo com um estudo realizado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e publicado na revista científica Nature.

A pesquisa analisou diferentes cenários até o ano de 2050, considerando a possibilidade de utilizar áreas agrícolas para o cultivo de cana-de-açúcar como uma alternativa viável. O modelo de substituição proposto demonstrou benefícios em termos de estoques de carbono, recursos hídricos e biodiversidade, especialmente quando priorizada a utilização de áreas de pastagem degradadas.

No entanto, a pesquisadora responsável pelo estudo, Thayse Hernandes, destacou a importância da gestão cuidadosa da reciclagem para garantir que o processo seja sustentável. Ela ressaltou a necessidade de engajamento dos governos locais na coleta e reciclagem desses plásticos biológicos, uma vez que o bioPE, apesar de ser uma alternativa mais sustentável ao plástico convencional, não é biodegradável.

Hernandes também alertou para o desafio relacionado ao descarte e retorno dos plásticos reciclados à cadeia produtiva, enfatizando a importância de evitar o descarte irregular desses materiais. Ela destacou que a coleta eficiente é essencial para garantir a produção sustentável e minimizar os impactos negativos ao meio ambiente.

Além disso, o estudo considerou diferentes cenários em que a questão da coleta não é eficiente, o que poderia resultar em conflitos territoriais e impactos nas comunidades locais, bem como em áreas de proteção ambiental. Portanto, é fundamental que haja um esforço conjunto dos governos em todos os níveis para garantir a sustentabilidade da produção de bioPE e evitar consequências prejudiciais ao clima e à biodiversidade.

Diante desse cenário, a pesquisa aponta para a necessidade de uma abordagem integrada e colaborativa entre os setores público e privado, visando promover a transição para uma economia mais sustentável e ecoeficiente. Por meio da utilização de tecnologias avançadas e da conscientização da população, é possível explorar o potencial do Brasil na substituição de plásticos derivados de combustíveis fósseis sem comprometer o meio ambiente.

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