Em comparação com agosto, houve uma queda de 15,5% nas vendas, mas em relação a setembro do ano passado, o volume de vendas subiu expressivos 111,7%. Os atrasos na divulgação dos dados foram causados pela greve dos servidores do Tesouro Nacional, que paralisaram a venda de títulos do programa em três ocasiões em menos de um mês.
Um dos fatores que impulsionaram o alto volume de vendas foi o vencimento de títulos de longo prazo corrigidos pela Taxa Selic, que foram trocados por papéis novos. Em setembro, os resgates desses títulos, somados aos vencimentos e recompras, totalizaram R$ 5,294 bilhões, enquanto as vendas atingiram R$ 3,866 bilhões.
Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados aos juros básicos, representando 57,1% do total de vendas. Os papéis corrigidos pela inflação corresponderam a 30% das vendas, enquanto os prefixados totalizaram 9,1%. O Tesouro Renda+ e o Tesouro Educa+ também tiveram participações nas vendas, com 2,6% e 1,2%, respectivamente.
Com a taxa básica de juros em 11,25% ao ano, os títulos atrelados aos juros básicos continuam sendo atrativos para os investidores. Além disso, a expectativa de alta da inflação oficial nos próximos meses tem motivado o interesse pelos títulos vinculados à inflação.
No fim de setembro, o estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 143,12 bilhões, com um aumento de 1,11% em relação ao mês anterior e de 16% em comparação com setembro do ano passado. O crescimento ocorreu devido às vendas superiores aos resgates em R$ 582,3 bilhões no último mês.
O total de investidores ativos chegou a 2.666.035, representando um aumento de 10,9% em 12 meses. As operações de vendas de até R$ 5 mil corresponderam a 79,2% do total de 812.452 operações de vendas em setembro. O valor médio por operação foi de R$ 8.333,51, sendo impulsionado pelas trocas de títulos corrigidos pela Selic, utilizadas principalmente para reserva de emergência.
Os investidores têm preferido papéis de curto prazo, com vendas de títulos de até 5 anos representando 79,1% do total. As operações com prazo entre 5 e 10 anos corresponderam a 6,9% do total, enquanto os papéis de mais de 10 anos de prazo representaram 14% das vendas.
O Tesouro Direto, criado em 2002, permite que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a necessidade de intermediação de agentes financeiros. A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos, oferecendo aos investidores um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente nos títulos pré-fixados.
