O relatório resultou no indiciamento de Ramagem, Bolsonaro e mais 35 indivíduos por crime de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito. O sigilo do inquérito foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso. Segundo a PF, Ramagem, atuando como chefe da Abin, teria solicitado e recebido documentos que atacavam o sistema eleitoral brasileiro, além de assessorar Bolsonaro com estratégias de ataques às instituições democráticas do país.
De acordo com a investigação da PF, Ramagem teria agido com desvio de finalidade ao utilizar a Abin para fornecer informações ao grupo que planejava o golpe. As estratégias elaboradas pelo ex-diretor da Abin teriam incluído campanhas de deslegitimação do Supremo Tribunal Federal, intimidação e restrição da função jurisdicional de seus membros, além da elaboração de planos para interferir em investigações da Polícia Federal.
O outro lado da história ainda não foi ouvido, já que a defesa de Alexandre Ramagem não se pronunciou até o momento. No entanto, a reportagem segue em busca de contato com a defesa de Bolsonaro para incluir o seu posicionamento no texto. Em uma recente coletiva de imprensa, o ex-presidente afirmou que nunca discutiu golpe com ninguém e que todas as suas ações durante o governo foram realizadas dentro dos limites da Constituição. A situação continua a se desdobrar e novas informações podem surgir a qualquer momento.