Mesmo com esses dados positivos, a Mata Atlântica continua enfrentando desafios sérios. A cobertura vegetal preservada está em apenas 31%, com 67% do território ocupado por atividades humanas. Durante os 39 anos analisados, a região perdeu 10% da sua vegetação, totalizando 3,7 milhões de hectares.
Os números mostram que a situação é crítica em muitos municípios onde a Mata Atlântica está presente. Apenas três estados – Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo – conseguiram recuperar mais vegetação do que perderam nesse período. O desmatamento afetou principalmente as formações florestais, mangues e restingas arbóreas, com uma perda de 2,7 milhões de hectares.
A agricultura foi apontada como um dos principais fatores do avanço da devastação na região. A área agrícola na Mata Atlântica aumentou de 10,6 milhões de hectares para 20,2 milhões de hectares de 1985 a 2023. Culturas como soja e cana-de-açúcar representam a maioria das lavouras temporárias no bioma, com um avanço significativo ao longo dos anos.
Apesar dos desafios, em 2023 houve uma redução de 49% no desmatamento em relação ao ano 2000. Esse dado positivo traz esperança para a preservação da Mata Atlântica. Segundo o diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto, é fundamental adotar medidas como o desmatamento zero e a restauração em grande escala para garantir o futuro desse importante bioma.
A preservação da Mata Atlântica é crucial não só para a biodiversidade local, mas também para a regulação do clima e a manutenção dos serviços ecossistêmicos. Por isso, é fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para assegurar a sobrevivência desse bioma tão rico e ameaçado.