Segundo relatos da religiosa Mãe Neide Oyá D´Oxum, moradora da região, o impacto da tragédia foi profundo, ainda mais por se tratar de um solo sagrado onde as pessoas vão reverenciar seus ancestrais. Ela também ressaltou que o projeto de visita à serra tem dado visibilidade ao Quilombo dos Palmares e fortalecido o pertencimento das pessoas que lutam pela causa negra.
O acidente ocorreu em um momento em que a cidade estava mais movimentada devido às celebrações do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. A Polícia Civil está investigando se o ônibus estava em condições adequadas para o serviço, enquanto as organizações do movimento negro estão profundamente abaladas com a tragédia.
A população de União dos Palmares se uniu para ajudar no resgate das vítimas, demonstrando solidariedade em um momento de caos. Uma moradora, a jornalista Rayane Silva, relatou que foi até o local do acidente para auxiliar os bombeiros, fornecendo água e apoio às vítimas. Ela descreveu a região como de difícil acesso, com terreno íngreme e complicado para o resgate das pessoas.
A Serra da Barriga, onde ocorreu o acidente, é um patrimônio cultural brasileiro e um local de importância histórica, sendo o berço do Quilombo dos Palmares no século 18. A tragédia que marcou o Mês da Consciência Negra gerou grande tristeza e dor na região, impactando ainda mais a comunidade local.
A paisagem da Serra da Barriga é marcada por nascentes que alimentam um açude e uma lagoa chamada Lagoa dos Negros, considerada sagrada pela comunidade. O local é um marco na luta dos escravos no Brasil e representa a resistência e a história dos ancestrais africanos que se manifestam nas tradições e na cultura preservada pelos descendentes.