A carta, intitulada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, tinha como objetivo provocar uma “ruptura institucional” e manter Jair Bolsonaro no poder. Segundo a PF, a análise de telefones apreendidos com tenentes-coronéis e o ajudante de ordens do presidente permitiu identificar a dinâmica da confecção e divulgação do documento, que teria sido aprimorado durante a última semana de novembro de 2022.
As trocas de mensagens entre os militares revelaram que a confecção e disseminação da carta golpista contaram com o conhecimento e anuência de Bolsonaro. Os investigadores concluíram que essa estratégia visava incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir à ruptura institucional. A PF entregou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) indiciando 37 pessoas, incluindo o ex-presidente, no âmbito desse caso.
Além disso, o Exército realizou uma sindicância interna que resultou no indiciamento de três militares apontados como os principais autores da carta. O coronel Anderson Lima de Moura, da ativa, e os coronéis Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo, ambos da reserva, foram apontados como responsáveis pelo documento.
Em meio a essas acusações, Jair Bolsonaro afirmou, em coletiva de imprensa, que nunca discutiu golpe com ninguém e que todas as ações realizadas durante seu governo foram feitas dentro dos limites da Constituição. A Agência Brasil busca contato com a defesa dos envolvidos para incluir seus posicionamentos sobre o caso. Este episódio coloca em evidência a fragilidade das instituições democráticas e a necessidade de investigações rigorosas para garantir a estabilidade política do país.