BRASIL – Sindicatos vão recorrer de decisão do TST que mantém aplicação da reforma trabalhista em contratos anteriores a 2017

Os sindicatos de trabalhadores não estão satisfeitos com a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em relação ao marco temporal da reforma trabalhista. De acordo com a determinação do TST, a reforma, que foi aprovada em 2017, deve ser aplicada mesmo em contratos que já estavam em vigor antes da entrada em vigor da lei que regulamentou as mudanças.

Essa decisão significa que as empresas não são obrigadas a manter benefícios trabalhistas que foram extintos pela reforma, como o pagamento de horas pelo deslocamento dos trabalhadores até o local de trabalho (horas in itinere), mesmo em contratos firmados antes de 2017. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), essa decisão representa um retrocesso nos direitos dos empregados, já que a reforma trabalhista retirou garantias que eles tinham conquistado.

O advogado da CUT, Ricardo Carneiro, ressaltou que a decisão do TST ofende normas legais, constitucionais e pactos internacionais ratificados pelo Brasil, que proíbem retrocessos sociais. A entidade planeja recorrer da decisão no próprio TST, contestando a aplicação imediata da reforma aos contratos de trabalho em vigor.

Por outro lado, os empregadores saem beneficiados com a decisão do tribunal, que permite a aplicação imediata das novas regras mesmo em contratos anteriores à reforma. O diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Carlos da Silva Dias, destacou que essa decisão significa menos dinheiro no bolso dos trabalhadores e mais no bolso dos patrões.

A votação no TST teve maioria em favor da aplicação imediata da reforma trabalhista aos contratos em vigor. Ministros e ministras seguiram o relator da ação, Aloysio Corrêa da Veiga, que defendeu essa tese. Já o ministro Mauricio Godinho Delgado abriu divergência, defendendo a permanência das regras vigentes nos contratos firmados antes da reforma.

Diante desse cenário, os sindicatos já preparam seus recursos e planejam continuar lutando pelos direitos dos trabalhadores, contestando a decisão do TST e buscando formas de garantir que os direitos conquistados não sejam perdidos. A batalha entre empregados e empregadores no âmbito trabalhista continua em andamento, com desdobramentos que impactam diretamente a vida de milhares de trabalhadores em todo o país.

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