BRASIL – STF inicia julgamento sobre responsabilidade das redes sociais por conteúdo dos usuários: decisão pode impactar liberdade de expressão online.

Nesta quarta-feira (27), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento dos processos que envolvem a responsabilidade das empresas que operam as redes sociais em relação ao conteúdo postado pelos usuários. Durante a sessão, os ministros irão deliberar sobre a possibilidade das plataformas serem diretamente responsabilizadas por postagens ilegais e se devem remover o conteúdo sem a necessidade de uma decisão judicial prévia.

No primeiro dia de julgamento, os advogados das redes sociais e de entidades ligadas à área apresentaram seus argumentos. Os votos dos ministros estão previstos para serem proferidos na sessão seguinte, marcada para esta quinta-feira (28).

Um dos pontos centrais em discussão é a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, lei que estabelece os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Conforme o dispositivo, as plataformas só podem ser responsabilizadas por postagens ilegais dos usuários se não tomarem providências para retirar o conteúdo, após uma ordem judicial.

Durante o julgamento, os advogados das principais redes sociais que atuam no Brasil defenderam a validade do marco. O representante do Facebook destacou a importância da autorregulamentação para a remoção de conteúdos prejudiciais, como pedofilia, violência e discurso de ódio.

Por sua vez, o advogado do Google ressaltou que a liberdade de expressão na internet deve ser preservada e que a responsabilização das plataformas não deve ser objetiva. Ele defendeu a manutenção do artigo 19 do Marco Civil e enfatizou que a remoção de conteúdos ilegais é realizada pelas empresas de forma extrajudicial.

Além das questões sobre responsabilidade e remoção de conteúdo, a sessão também abordou a problemática dos perfis falsos nas redes sociais. Ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, apontaram a dificuldade em lidar com essa questão e solicitaram a remoção de perfis falsos criados em seus nomes.

Neste contexto, o plenário do STF está analisando quatro processos que discutem a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, incluindo casos envolvendo o Facebook e o Google. A decisão final impactará diretamente a forma como as redes sociais operam e lidam com o conteúdo postado pelos usuários.

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