BRASIL – BID entrega relatório sobre impactos das inundações no Rio Grande do Sul e faz recomendações para recuperação resiliente.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) entregou, nesta quinta-feira (28), ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), em Brasília, o relatório intitulado “Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro 2024”. O estudo realizado em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Grupo Banco Mundial, juntamente com diversas entidades do Sistema das Nações Unidas, apresenta recomendações estratégicas para a recuperação resiliente das áreas afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado em abril e maio deste ano.

Segundo o relatório, os impactos das cheias nos municípios gaúchos em 2024 foram avaliados em R$ 88,9 bilhões, sendo a maior parte deste valor, 69% (R$ 61 bilhões), correspondente ao setor produtivo. O estudo também destaca que a situação de calamidade pública resultou em um recuo da atividade econômica gaúcha em (-) 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente do BID, Ilan Goldfajn, ressaltou o esforço do poder público em reduzir o impacto econômico das enchentes, destacando que as ações implementadas conseguiram diminuir o custo em 1,1% do PIB gaúcho. O relatório ainda aponta que, caso não houvesse intervenção do governo federal com transferências de recursos e alocação de verbas para os governos estadual e municipal, o impacto teria sido ainda maior, chegando a 2,4% do PIB.

Além dos impactos econômicos, o desastre causado pelas inundações pode resultar em uma redução de 432 mil empregos no estado em 2024, o equivalente a uma queda de 7,3% do total de pessoas ocupadas no primeiro trimestre do ano. A remuneração dos trabalhadores também deve diminuir em cerca de R$ 3,22 bilhões em 2024.

Diante desses dados, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a importância de atuar na reconstrução do estado e implementar medidas de prevenção e contenção de desastres naturais. O governo federal já está mobilizado na reconstrução do Rio Grande do Sul e disponibilizou recursos para garantir a segurança e o bem-estar da população.

Para prevenir futuros desastres, o BID recomenda ações de segurança de curto e médio prazo, como a reconstrução de estruturas resilientes, a melhoria dos sistemas de alerta precoce, a atualização de mapas de áreas de risco e a formalização de órgãos técnicos para identificação de riscos. Com a articulação do poder público e o apoio de organismos internacionais, é possível fortalecer a resiliência das regiões afetadas pelas inundações e garantir a recuperação econômica e social do Rio Grande do Sul.

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