O INC é um indicador que reflete a percepção do consumidor em relação à economia brasileira e sua própria situação financeira, além de indicar a disposição para o consumo e o nível de segurança em relação ao emprego. Os resultados da pesquisa foram obtidos a partir de uma amostra de 1.679 famílias, residentes em capitais e municípios do interior de todo o país.
Segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, a estabilidade do índice pode ser atribuída a dois efeitos opostos. Por um lado, os aumentos no emprego e na renda influenciam positivamente a confiança dos consumidores. Por outro lado, a aceleração da inflação e o aumento dos preços de itens essenciais, como alimentos e bebidas, fazem com que os consumidores adotem uma postura mais cautelosa em relação às compras.
A pesquisa também apontou variações na confiança do consumidor de acordo com as regiões do país. Enquanto a Região Nordeste apresentou queda, o Centro-Oeste e Norte registraram aumento e Sul e Sudeste se mantiveram estáveis. Nas classes socioeconômicas, as classes AB demonstraram resultados mais elevados, enquanto as classes C e DE se mantiveram estáveis.
A percepção das famílias em relação à sua situação financeira indicou uma disposição para realizar compras de maior valor, como carros e imóveis, e adquirir bens duráveis, como geladeira e fogão. Essa disposição parece ser impulsionada pela confiança na segurança do emprego, mesmo diante das expectativas futuras relativamente favoráveis.