BRASIL – Dívida Pública Federal volta a ultrapassar R$ 7 trilhões em outubro, influenciada pelo alto nível de juros

A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a subir em outubro, influenciada pelo alto nível de juros, e ultrapassou a marca dos R$ 7 trilhões pela primeira vez desde agosto. De acordo com números divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (29), a DPF aumentou 1,8%, passando de R$ 6,948 trilhões em setembro para R$ 7,073 trilhões no mês passado.

Essa elevação fez com que a DPF ficasse dentro da banda prevista pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), que estimava o estoque da dívida encerrando 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões. A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) também registrou um aumento de 1,62%, subindo de R$ 6,64 trilhões em setembro para R$ 6,748 trilhões em outubro.

Uma das principais causas desse aumento foi a incorporação de R$ 64,84 bilhões em juros, além da emissão de R$ 42,5 bilhões em títulos a mais do que resgatou no mês passado. Com a Taxa Selic em 11,25% ao ano, a apropriação de juros tem pressionado o endividamento do governo.

Em relação à composição da dívida, os títulos corrigidos pela Taxa Selic tiveram uma participação maior, passando de 45,33% em setembro para 45,91% em outubro. Já a parcela dos títulos prefixados caiu de 23,01% para 22,19% no mesmo período. A participação dos títulos vinculados à inflação na DPF aumentou levemente, de 27,25% para 27,31%, enquanto o peso do câmbio na dívida pública subiu de 4,41% para 4,58%.

O prazo médio da DPF caiu de 4,18 para 4,16 anos, indicando o intervalo médio em que o governo leva para renovar a dívida pública. As instituições financeiras continuam sendo os principais detentores da Dívida Pública Federal interna, seguidas pelos fundos de pensão e fundos de investimento.

Por meio da dívida pública, o governo obtém recursos dos investidores para cumprir seus compromissos financeiros, comprometendo-se a devolver esses recursos posteriormente com alguma correção. Mesmo diante das turbulências no mercado financeiro global, a participação dos não residentes na dívida pública brasileira teve um leve aumento, atingindo o maior nível desde dezembro de 2018, totalizando 10,7%.

No geral, a DPF vem sofrendo oscilações devido ao contexto econômico e político, com fatores como a alta dos juros e a valorização do dólar impactando diretamente o endividamento do governo brasileiro. O cenário financeiro nacional e internacional continua influenciando as decisões de gerenciamento da dívida pública, com o Tesouro buscando estratégias para manter a sustentabilidade do endividamento e garantir o cumprimento de suas obrigações financeiras.

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