A decisão de iniciar a greve foi tomada no último domingo (24) durante assembleia dos trabalhadores das unidades de Itaquera e Sorocaba. O sindicato da categoria alega que a postura inflexível da empresa e a recusa em negociar as condições de trabalho foram os motivos que levaram à paralisação.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo e Região (Stilasp) divulgou que, diante da tentativa da PepsiCo de implementar as jornadas contestadas, propuseram a adoção da jornada de trabalho espanhola como alternativa, alternando entre uma semana de 48 horas e uma semana de 40 horas. No entanto, a empresa não se mostrou disposta a dialogar.
A mobilização dos trabalhadores da PepsiCo se insere em um contexto nacional de luta pelo fim de jornadas exaustivas de trabalho. A entidade sindical ressalta que a greve visa garantir qualidade de vida e saúde mental para todos os trabalhadores.
O tema ganhou destaque em novembro com a proposta de emenda à Constituição Federal (PEC) apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSol-SP), que propõe uma jornada de trabalho de até 36 horas semanais e quatro dias de trabalho por semana no Brasil.
Na audiência marcada para o TRT-2, as partes deverão apresentar ao menos duas novas propostas de jornada de trabalho. Enquanto isso, a PepsiCo afirmou, em nota, que cumpre rigorosamente as leis brasileiras e que a jornada 6×1 está de acordo com a legislação vigente.
A empresa reiterou sua disposição para dialogar com os colaboradores e representantes sindicais em busca de soluções equilibradas, com base em relações éticas e responsáveis. O desfecho desse impasse entre trabalhadores e empresa terá desdobramentos importantes para o cenário trabalhista no país.