Diante desse cenário de intolerância, a prefeitura de Magé tomou a iniciativa de reparar o busto de Maria Conga neste sábado (30), em um gesto simbólico contra a discriminação. O secretário de Cultura, Turismo e Eventos da cidade, Bruno Lourenço, destacou a importância da líder quilombola na luta do povo negro, ressaltando sua contribuição na resistência e acolhimento aos escravizados. Lourenço enfatizou a necessidade de manter viva a história e as origens do povo negro, reafirmando o compromisso da prefeitura no combate à intolerância.
Maria Conga, nascida no Congo em 1972, foi tirada de sua terra natal e levada como escravizada para a Bahia por volta de 1804. Após passar por diversas situações de exploração, ela conquistou a alforria aos 35 anos e fundou o quilombo que leva o seu nome em Magé, onde acolhia outros negros fugidos da escravidão. A importância de Maria Conga na resistência e na preservação da cultura afro-brasileira foi reconhecida inclusive em enredos de escolas de samba do Rio de Janeiro.
O busto reparado de Maria Conga, criado pela artista Cristina Febrone, está localizado em um ponto simbólico do município, banhado pela Baía de Guanabara. O gesto de restauração da homenagem representa não apenas a preservação da memória de uma importante liderança negra, mas também um ato de resistência contra a intolerância e o racismo.