Entre as propostas em discussão está o estreitamento dos laços com partidos como PSD, União Brasil e Republicanos, que detêm ministérios, mas não têm compromisso formal com o projeto petista. Além disso, há a sugestão de aumentar o espaço para o PP, liderado por figuras como o senador Ciro Nogueira (PI) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), que apoiaram Jair Bolsonaro em 2022, mas têm adotado posturas mais pragmáticas.
Arthur Lira, considerado o parlamentar mais influente do país, é visto como peça-chave nessa estratégia. Sua articulação na eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor na presidência da Câmara a partir de 2025 fortaleceu sua influência no Centrão e no Congresso. A inclusão de Lira em um ministério poderia ampliar a governabilidade e facilitar a aprovação de pautas prioritárias no Legislativo.
No entanto, a escolha da pasta é um desafio, pois Lira já almejou o Ministério da Saúde no passado e recebeu alternativas de Portos e Aeroportos e Esporte para seu grupo político. Lula reluta em entregar a Saúde, apesar das críticas à atual ministra, Nísia Trindade, e oferecer um ministério de menor relevância não agrada Lira.
Outro obstáculo é a próxima eleição presidencial, já que, caso as mudanças ministeriais ocorram, Lula exigirá maior compromisso dos ministros com sua campanha de reeleição e no enfrentamento à oposição. A incógnita está em saber se Arthur Lira estará disposto a fechar um acordo com Lula dois anos antes do pleito, em um cenário político tão instável.
A reforma ministerial se configura como um verdadeiro jogo de xadrez, onde cada movimento deve ser calculado para garantir estabilidade política no presente e força eleitoral no futuro.