Com 157 votos a favor, incluindo o voto do Brasil, a resolução recebeu apenas oito votos contrários e sete abstenções. Argentina, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné, Israel e os Estados Unidos foram contrários à medida, enquanto representantes de Camarões, República Tcheca, Geórgia, Equador, Paraguai, Ucrânia e Uruguai se abstiveram.
A resolução proposta pelo Senegal tem como objetivo traçar uma direção clara rumo à paz na região, exigindo a retirada de Israel dos territórios palestinos ocupados desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental. Além disso, o documento pede que Israel cumpra suas obrigações de acordo com o direito internacional.
A resolução também faz menção ao parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU, que pede o fim da presença ilegal de Israel nos territórios ocupados e o cessar de atividades de colonato, bem como a evacuação dos colonos dessas áreas. Atualmente, estima-se que existam mais de 700 mil colonos judeus na Cisjordânia, em uma ocupação considerada ilegal pela comunidade internacional.
Além disso, a resolução solicita o fim das discriminações contra os palestinos nos territórios ocupados, acusando Israel de promover um regime de apartheid semelhante ao que ocorreu na África do Sul. Organizações de direitos humanos têm denunciado o que chamam de “limpeza étnica no norte de Gaza” por parte de Israel, acusação negada pelas Forças Armadas israelenses.
Diante deste panorama, a Assembleia Geral da ONU rejeitou qualquer tentativa de alterações demográficas ou territoriais em Gaza, reforçando a Faixa de Gaza como parte integrante do território palestino. A resolução também faz menção ao direito dos palestinos deslocados desde 1948, reconhecendo o episódio conhecido como “Nakba”.
O representante da Palestina na ONU, Riyad Mansour, destacou a urgência em acabar com a ocupação ilegal e as ideologias supremacistas, enquanto o representante de Israel, Danny Danon, classificou a resolução como um desrespeito imprudente pela verdade, alegando preconceito anti-israelense por parte da ONU. A discussão sobre a criação do Estado palestino continua a ser um tema delicado e importante na agenda internacional.