Segundo Shor, os elementos de prova obtidos durante a fase ostensiva da investigação podem subsidiar as apurações relacionadas à formação criminosa de uma estrutura de inteligência paralela dentro da Abin. A Polícia Federal aponta que policiais e delegados que estavam cedidos à Abin, assim como servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas durante a gestão de Bolsonaro.
Além disso, o compartilhamento do inquérito do golpe também poderá ser utilizado pela corregedoria da PF para investigar a conduta dos profissionais que estavam cedidos à Abin. No mês passado, Bolsonaro e outros 36 aliados foram indiciados pela PF por conta da tentativa de golpe. As investigações apontam que o presidente tinha conhecimento de um plano para assassinar Alexandre de Moraes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Diante dessas revelações, o compartilhamento dos dados do inquérito do golpe se torna essencial para o avanço das investigações sobre a atuação da Abin Paralela e as possíveis irregularidades cometidas durante o governo de Jair Bolsonaro. A cooperação entre os órgãos de segurança é fundamental para a preservação da democracia e para a punição dos envolvidos em condutas ilícitas.