De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 10 milhões de trabalhadores já estão isentos do imposto, mas estima-se que com a ampliação da faixa de isenção para R$ 5 mil, outros 10 milhões de pessoas serão beneficiadas. A iniciativa, que visa favorecer especialmente os trabalhadores de menor rendimento, também alcançará assalariados da classe média em diversas faixas de renda.
Por outro lado, as estimativas da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, a Unafisco, apontam para um número maior de contribuintes isentos caso a tabela de tributação seja atualizada com a correção total da inflação. Essa atualização poderia resultar em 30,6 milhões de pessoas dispensadas do pagamento do IRPF, elevando o valor limite para isenção a R$ 5.084,04.
Apesar dos possíveis impactos positivos no consumo e no crescimento econômico, alguns especialistas demonstram preocupação com questões como a possibilidade de aumento da inflação e o impacto nas contas públicas. Argumenta-se que a isenção do IRPF poderá gerar pressões inflacionárias e demandar um eventual “aperto monetário”, com aumento da taxa de juros, além de acarretar um déficit de até R$ 45 bilhões nas contas do governo.
Diante dessas discussões, fica claro que a proposta de isenção do IRPF para trabalhadores com renda de até R$ 5 mil apresenta desafios e oportunidades para a economia brasileira. A combinação de medidas tributárias e a revisão da estrutura do imposto de renda são essenciais para garantir a justiça fiscal e a redução das desigualdades no país, conforme destacam diversos especialistas no assunto.