Por outro lado, o estudo também aponta que existem aproximadamente 21 milhões de hectares desmatados no país, os quais devem ser restaurados ou compensados para cumprir as exigências legais estabelecidas. Somando-se estas áreas, temos um total de 95 milhões de hectares aguardando ações de restauração e pagamento por serviços ambientais.
Essa situação reflete a importância da revisão do Código Florestal em 2012, que estabeleceu regras para proteção da vegetação nativa brasileira e definiu as áreas mínimas que devem ser protegidas em cada tipo de propriedade rural. Segundo o pesquisador associado do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG, Felipe Nunes, a legislação oferece a possibilidade de emitir cotas de reserva ambiental para áreas que excedem as exigências legais, permitindo assim que os proprietários recebam pagamentos por serviços ambientais.
No entanto, o estudo também apontou algumas questões preocupantes, como fraudes e desmatamento em áreas de preservação permanente e em propriedades com reserva legal abaixo do estabelecido pelo Código Florestal. Estados como Rondônia, Acre, Pará, Roraima e Amazonas foram os mais afetados nesse sentido, indicando a necessidade de aprimoramento do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural.
Felipe Nunes ressaltou a importância de combater as fraudes e aprimorar o monitoramento das áreas cadastradas, visando não apenas a preservação ambiental, mas também o desenvolvimento econômico do país. Ele destacou que o Brasil possui um grande potencial de liderança na agenda de pagamento por serviços ambientais e sustentabilidade agrícola, podendo implementar um dos maiores programas de restauração florestal em larga escala do mundo.
Portanto, é fundamental que o país intensifique seus esforços na proteção e preservação da vegetação nativa, garantindo a sustentabilidade ambiental e econômica para as futuras gerações.
