Os números obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI) apontam que mais de R$ 4,5 bilhões foram destinados apenas à Polícia Militar e ao Sistema Penitenciário. Além disso, os estados mencionados despendem quase R$ 1 bilhão com o Sistema Socioeducativo, onde adolescentes são privados de liberdade por infrações relacionadas à Lei de Drogas. São gastos expressivos que afetam principalmente jovens negros e periféricos, resultando em exclusão do convívio social.
A socióloga Raquel Machado, coordenadora de pesquisa do CESeC, enfatizou a disparidade e o caráter racista da política antidrogas, destacando a importância da descriminalização das drogas como alternativa viável. O estudo também ressaltou a falta de transparência na divulgação de informações sobre os custos reais da implementação da Lei de Drogas, evidenciando a necessidade de uma cultura de transparência e acesso à informação nas instituições públicas.
Os pesquisadores apontaram que os recursos investidos na guerra às drogas poderiam ser redirecionados para áreas prioritárias, como saúde e educação. Com os R$ 7,7 bilhões gastos, poderiam ser construídas quase mil novas escolas públicas e mantidas centenas de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), impactando positivamente a qualidade de vida da população.
Diante dos dados apresentados, fica evidente a urgência de repensar as políticas de segurança pública e buscar alternativas mais eficazes e inclusivas para lidar com a questão das drogas no país. A transparência e a participação da sociedade civil são fundamentais para garantir que os recursos públicos sejam devidamente aplicados em áreas que promovam o bem-estar e a igualdade para todos os cidadãos.