Segundo o comunicado do Copom, a elevação acima do esperado se deve às incertezas externas e aos impactos provocados pelo pacote fiscal do governo. O órgão também informou que pretende aumentar a taxa em mais 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões, em janeiro e março, caso os cenários se confirmem. Vale destacar que esses próximos encontros serão conduzidos pelo futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo.
Essa foi a terceira elevação consecutiva da Selic, que agora retorna ao patamar de dezembro do ano passado, quando estava em 12,25% ao ano. Esse movimento de alta representa um ciclo de contração na política monetária, após um período de cortes nos juros ao longo do ano.
A política monetária do Banco Central visa controlar a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em meio à atual conjuntura, com o IPCA em 0,39% em novembro e acumulando alta de 4,87% em 12 meses, acima do teto da meta, o BC tem elevado as projeções e expectativas para a inflação, prevendo uma taxa de 4,9% em 2024.
Os reflexos dessas decisões do Copom vão além do controle da inflação. Com a Selic mais alta, o crédito tende a encarecer, diminuindo o estímulo ao consumo e à produção. Por outro lado, juros mais altos contribuem para conter a demanda aquecida que pressiona os preços. A expectativa do mercado também é de um crescimento de 3,39% do PIB em 2024, após um avanço de 0,9% no último trimestre.
Dessa forma, a economia brasileira se vê diante de um cenário desafiador, com a necessidade de equilibrar o controle da inflação, o estímulo ao crescimento e a manutenção da estabilidade econômica em um contexto global incerto.