A criança, que residia em um assentamento rural na cidade de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, começou a apresentar sintomas como febre, irritação e vômito, que evoluíram rapidamente para sintomas neurológicos, levando ao seu falecimento em setembro. Exames de necrópsia confirmaram a presença do parasita no organismo da criança.
A Secretaria Estadual de Saúde do Ceará investigou o caso e concluiu que a contaminação da criança ocorreu devido à água do açude que abastecia o assentamento onde a família vivia. Segundo o secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antônio Lima Neto, a água que chegava à residência passava por um tratamento inadequado, o que possibilitou a presença do parasita.
Esse caso é o primeiro confirmado por exames no Brasil, embora haja relatos de outro paciente que teria falecido em São Paulo por meningencefalite amebiana em 1975. A Naegleria fowleri é considerada extremamente rara e vive livre em rios e lagos, adaptando-se melhor em águas quentes. A transmissão da ameba acontece apenas por via nasal, principalmente durante o mergulho em locais contaminados.
Apesar da gravidade da infecção, ainda não há um tratamento específico contra a infecção pela ameba. O diagnóstico é dificultado pela semelhança dos sintomas com os de uma meningite bacteriana. No entanto, é fundamental tomar medidas de precaução, como evitar o mergulho em águas contaminadas, para prevenir a contaminação por essa ameaça rara e letal.