BRASIL – STF retoma julgamento sobre responsabilização das redes sociais por conteúdos ilegais postados por usuários após quatro sessões consecutivas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está em pauta nesta quarta-feira (11) para dar continuidade ao julgamento sobre a responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos ilegais postados por usuários. O julgamento teve início em 27 de novembro e já está em sua quarta sessão consecutiva. Até o momento, apenas o ministro Dias Toffoli emitiu seu voto, favorável à responsabilização das plataformas.

Nesta sessão, o ministro Luiz Fux, relator de outro processo relacionado ao tema, irá proferir seu voto. Após ele, outros nove ministros terão a oportunidade de manifestar suas posições. O Supremo analisa a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que estabelece os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

O artigo 19 prevê que as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não agirem para retirar o conteúdo ilegal. O voto de Dias Toffoli considerou o artigo inconstitucional, tornando obrigatória a remoção imediata de conteúdo ilegal pelas redes sociais, sem necessidade de ordem judicial.

Postagens que envolvem crimes contra o Estado Democrático de Direito, terrorismo, racismo, entre outros, foram apontadas como ilegais pelo ministro. As redes sociais, por sua vez, argumentaram que já realizam a retirada de conteúdo ilegal de forma extrajudicial e afirmaram que a implementação de monitoramento prévio configuraria censura.

O STF está analisando dois processos que discutem a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Em um deles, envolvendo o Facebook, a questão é se a empresa pode ser responsabilizada por atos ilícitos sem ordem judicial prévia. Já no caso do Google, a discussão é se a empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos sem intervenção judicial. A decisão do STF pode ter impacto significativo na forma como as redes sociais lidam com conteúdos ilegais e na liberdade de expressão na internet.

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