BRASIL – Exposição “Os Olhos do Xingu” revela a visão indígena sobre o meio ambiente em Brasília: uma reflexão necessária.

A visibilidade dos povos indígenas e a importância de ter suas próprias narrativas registradas e compartilhadas são temas centrais da exposição “Os Olhos do Xingu”, idealizada pela cineasta e curadora indígena Kujaesãge Kaiabi. A mostra, que conta com 20 fotografias e vídeos produzidos por 8 artistas membros da Rede de Comunicadores Xingu+, traz à tona a perspectiva dos povos originários sobre seu modo de vida e sua relação com o meio ambiente.

Em declaração, Kujaesãge destaca a importância de os próprios indígenas contarem suas histórias, evitando assim distorções e estereótipos por parte de não indígenas. Ela ressalta que a imagem tem o poder de denunciar problemas enfrentados pelas comunidades, como a contaminação do corpo por agrotóxicos utilizados em plantações de soja, que acabam chegando aos rios e contaminando a água consumida pelas pessoas e os peixes que fazem parte da alimentação tradicional.

A exposição, fruto de uma parceria entre a Rede Xingu, a União Europeia e o Instituto Socioambiental (ISA), conta com o apoio da Fundação Rainforest da Noruega, instituição voltada à preservação ambiental. Após passar pela Noruega, a mostra chega ao Brasil, mais especificamente ao Museu Nacional da República em Brasília, onde será exibida de 6 de dezembro de 2024 a 2 de fevereiro de 2025.

Além das belas imagens que retratam a vida e os costumes dos povos indígenas do Xingu, a exposição também inclui registros de mobilizações e manifestações realizadas em Brasília, como a 3ª Marcha Mulheres Indígenas, ocorrida em setembro de 2023. A ideia é promover a reflexão e sensibilizar o público sobre as questões enfrentadas pelas comunidades indígenas e a importância de preservar suas culturas e territórios.

Com entrada gratuita, a exposição “Os Olhos do Xingu” no Museu Nacional da República promete ser uma oportunidade única para o público conhecer de perto a visão dos comunicadores indígenas e se conectar com a realidade e os desafios enfrentados pelos povos originários. Uma oportunidade imperdível de ampliar horizontes e valorizar as culturas tradicionais do Brasil.

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