Em uma entrevista exclusiva, Luciana expressou sua decepção com a postura dos militares durante o julgamento, alegando que eles favoreceram seus colegas de farda ao invés de considerar a dor da família. Ela ressaltou a falta de sensibilidade dos ministros e a descrença no sistema judiciário brasileiro. “Eu simplesmente queria que a justiça fosse feita pelo absurdo gigantesco que eles cometeram contra a minha família”, desabafou Luciana.
O crime que chocou o país ocorreu quando Evaldo Rosa e sua família seguiam para um chá de bebê e tiveram o carro alvejado por mais de 200 tiros disparados pelos militares. O músico foi fatalmente atingido, seu sogro ficou ferido e o catador Luciano Macedo, que tentou ajudar a família, também foi baleado e veio a óbito. Mesmo diante de tantas evidências claras, os militares alegaram que confundiram o veículo da família com um carro roubado.
Na decisão do STM, o tenente responsável pela operação foi condenado a 3 anos e 7 meses de prisão, em regime aberto, enquanto outros sete agentes foram sentenciados a 3 anos de prisão pelo homicídio culposo de Luciano Macedo. A ministra Maria Elizabeth Rocha foi a única a votar pela manutenção das condenações originais, destacando o racismo estrutural e a abordagem violenta das forças de segurança.
Diante da absurda decisão do STM, Luciana e sua família avaliam a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal em busca de justiça. A viúva questiona se todo o esforço e luta valerão a pena, diante da decepção e do desamparo enfrentados. A esperança de um resultado justo ainda paira incerta, enquanto a família de Evaldo Rosa luta por justiça e por uma sociedade mais igualitária e solidária.