BRASIL – Ministro do STF concede prazo para PGR se manifestar sobre compartilhamento de dados do inquérito do golpe com investigações da “Abin Paralela”

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou um prazo de cinco dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o pedido da Polícia Federal (PF) de compartilhar os dados do inquérito do golpe com as investigações relacionadas à atuação da chamada “Abin Paralela” durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro.

A solicitação foi feita pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações, e chegou ao ministro, relator do caso, no dia 6 deste mês. De acordo com o delegado, as provas obtidas na investigação sobre a tentativa de golpe podem contribuir para esclarecer o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A PF sustenta que tanto policiais quanto delegados da corporação que estavam temporariamente cedidos à Abin, assim como colaboradores do órgão, teriam feito parte de uma organização criminosa com o objetivo de monitorar de forma ilegal autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.

O compartilhamento do inquérito do golpe também poderá servir para auxiliar a corregedoria da PF na apuração da conduta dos profissionais da instituição que estavam cedidos à Abin.

No mês anterior, Bolsonaro e outros 36 aliados foram indiciados pela PF por conta da tentativa de golpe. Segundo as investigações, o presidente Bolsonaro estava ciente do plano elaborado para assassinar Alexandre de Moraes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-vice-presidente Geraldo Alckmin.

O desdobramento dessas investigações promete trazer à tona ainda mais informações sobre possíveis ilicitudes no âmbito político e de órgãos de inteligência do Brasil, levantando questionamentos sobre as práticas adotadas durante a gestão Bolsonaro.

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