BRASIL – Ministério Público de São Paulo apoia uso prioritário de câmeras corporais em operações policiais em comunidades vulneráveis, decide STF.

O parecer favorável do Ministério Público de São Paulo (MPSP) ao uso prioritário de câmeras corporais pelos policiais militares em operações policiais em comunidades vulneráveis ou em situações com alto potencial de danos colaterais foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (20). Essa manifestação ocorreu após o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, solicitar a opinião do MP sobre a solicitação do governo de São Paulo de que as câmeras fossem utilizadas apenas em “operações policiais de grande envergadura”. A Polícia Militar do estado possui 10 mil equipamentos, porém conta com um efetivo de aproximadamente 80 mil policiais.

O Ministério Público de São Paulo destacou que, mesmo diante da falta temporária de equipamentos, as câmeras corporais devem ser empregadas em operações restritas, como a Operação Verão, que terá início neste mês e se estenderá até janeiro de 2025. O MP ressaltou a importância da priorização da alocação das câmeras corporais em operações policiais com incursões em comunidades vulneráveis ou em situações com grande potencial de danos colaterais.

Por outro lado, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo argumentou em um ofício ao STF, datado de quarta-feira (19), que a decisão do ministro Barroso de determinar o uso de câmeras em todas as operações policiais pode apresentar dificuldades operacionais, uma vez que nem todas as operações envolvem riscos de confronto. O governo ressaltou as limitações materiais e operacionais, indicando que o estado conta com um efetivo numeroso de policiais, porém possui um número limitado de câmeras corporais.

É importante ressaltar que o governo de São Paulo se comprometeu, em abril deste ano, a utilizar câmeras corporais em operações policiais e apresentou um cronograma para implementar o sistema, incluindo uma nova licitação e aquisição de novas câmeras. Em setembro, foi anunciada a assinatura de um contrato com a empresa Motorola para a compra de 12 mil câmeras, no entanto, esse acordo foi criticado por prever mudanças na forma de acionamento das câmeras, podendo interromper a gravação durante as operações.

Em resumo, a utilização de câmeras corporais em operações policiais em São Paulo tem gerado debates e divergências de opiniões entre órgãos públicos e entidades de direitos humanos, refletindo a complexidade e a sensibilidade envolvidas na aplicação dessa tecnologia para a segurança pública no estado.

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