Durante a inspeção realizada pelo MPT, foi constatado que os operários dormiam em camas sem colchão e dividiam um banheiro para cada 30 pessoas. As condições de alimentação também eram precárias, com panelas no chão, comida sem refrigeração adequada e fornecimento de água sem tratamento. Além disso, os passaportes dos trabalhadores eram retidos pela empresa terceirizada, que confiscava cerca de 60% dos salários dos operários, pagando o restante em moeda chinesa para dificultar a rescisão dos contratos.
O MPT destacou que, caso um trabalhador tentasse rescindir o contrato após seis meses de trabalho, ele sairia do país sem receber efetivamente nada, devido aos descontos realizados pela empresa. Em resposta à operação, a BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada responsável pela contratação dos operários, reafirmando seu compromisso com a legislação brasileira e a dignidade humana.
A preocupação com a situação dos trabalhadores chineses resgatados levanta questões sobre a responsabilidade das empresas em relação às condições de trabalho de seus terceirizados, e reforça a importância da fiscalização e garantia dos direitos trabalhistas. A atuação do MPT nesse caso demonstra a necessidade de combater práticas abusivas e garantir o respeito aos direitos humanos e trabalhistas.