Segundo o chefe do setor, o perito médico legista Eduardo Nysiama, a diminuição do acúmulo foi possível graças a duas ações principais: as exumações administrativas realizadas no cemitério Divina Pastora e a disponibilização de vagas em cidades do interior com o apoio da Defensoria Pública de Alagoas. Com essas medidas, foi possível liberar espaço no cemitério e garantir dignidade aos falecidos.
No total, foram exumados 185 corpos no cemitério Divina Pastora, sendo que 103 foram sepultados pelo IML e os outros 82 estavam sem identificação. Essa ação possibilitou o sepultamento de 54 corpos no período analisado, mostrando uma reorganização substancial no local.
Além disso, a negociação com representantes de mais de 20 prefeituras do interior possibilitou o sepultamento de 32 corpos em cidades vizinhas, evitando novos acúmulos no IML de Maceió. O Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre a Defensoria Pública Estadual e as prefeituras estabeleceu um fluxo adequado para o sepultamento dos cadáveres.
Apesar dos avanços, o IML ainda enfrenta um desafio com cerca de 60 corpos aguardando sepultamento, devido à falta de identificação ou reclamação. A superlotação na unidade pode comprometer o funcionamento adequado dos sistemas de refrigeração, aumentando o risco de falhas técnicas e colocando em perigo a saúde dos servidores e demais funcionários.
Diante desse cenário, o trabalho do setor de antropologia forense do IML de Maceió tem sido fundamental para solucionar um problema histórico e garantir o respeito e dignidade aos falecidos não identificados na região.