Essa redução no déficit representou uma diminuição de aproximadamente 80% em relação ao ano anterior, marcando o menor resultado para o mês de novembro desde 2021, quando as contas públicas apresentaram um superávit de R$ 15 bilhões. No acumulado do ano, o déficit total das contas públicas atingiu R$ 63,2 bilhões, equivalente a 0,59% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O Banco Central ressaltou que os cálculos divulgados não incluem as empresas financeiras ligadas ao Estado, como BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, nem as receitas da Petrobras. Além disso, o déficit primário não contempla as despesas com juros da dívida pública, o que impacta diretamente nos resultados apresentados.
Em relação à dívida bruta do governo geral (DBGG), a qual engloba os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, foi registrada em 77,7% do PIB em novembro, totalizando R$ 9,1 trilhões. Esse valor representa uma redução de 0,1 ponto percentual em comparação ao mês anterior, porém um crescimento de 3,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelos juros nominais e pela emissão líquida da dívida.
No cenário econômico, a taxa básica de juros, Selic, sofreu um aumento para 12,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em dezembro. Esse aumento refletiu nas despesas com juros da dívida pública, que alcançaram R$ 92,5 bilhões em novembro de 2024, em comparação com R$ 43 bilhões no mesmo período do ano anterior. A influência das operações de swap cambial também foi destacada como um dos fatores que impactaram o resultado das despesas com juros.
No acumulado em doze meses até novembro deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 918,2 bilhões, representando 7,85% do PIB do Brasil. Esse valor é superior aos R$ 713,4 bilhões registrados nos doze meses até novembro de 2023, evidenciando o impacto das políticas monetárias e cambiais na dinâmica da dívida pública e das contas fiscais do país.