BRASIL – Costa do Marfim e Senegal anunciam fim da presença militar da França em seus países até 2025, buscando afirmar soberania nacional.

O anúncio dos presidentes da Costa do Marfim e do Senegal de acabar com a presença militar da França em seus países até 2025 reflete uma busca por afirmar a soberania nacional e romper com a dependência histórica do antigo colonizador. A decisão foi anunciada em pronunciamentos de fim de ano, nos quais os líderes dos dois países ressaltaram a importância de assumir a gestão da segurança nacional.

O presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, declarou que solicitou ao ministro das Forças Armadas a elaboração de uma nova doutrina de cooperação em defesa e segurança, que inclui o fim das presenças militares estrangeiras a partir de 2025. Da mesma forma, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, destacou a modernização do exército marfinense e anunciou a retirada das forças francesas do país, entregando o acampamento do 43º batalhão de infantaria de fuzileiros navais às Forças Armadas locais.

Para especialistas em relações internacionais, essa decisão dos países africanos é parte de um movimento de descolonização prática, no qual nações africanas buscam redefinir suas relações com antigas potências coloniais. A presença militar francesa na região, originada em acordos de cooperação pós-independência, tem sido alvo de críticas pela população e por especialistas, especialmente devido aos fracassos das intervenções francesas em combater conflitos armados e crises humanitárias na região.

A saída dos militares franceses da África representa novos desafios para os países africanos, que terão que lidar não apenas com a redefinição de suas relações de defesa e segurança, mas também com a competição de outras potências mundiais, como a China e a Rússia, interessadas em explorar recursos naturais e influenciar politicamente o continente.

Diante desse cenário, é fundamental que os países africanos se mantenham vigilantes e busquem uma verdadeira autonomia e soberania, evitando cair em novas formas de neocolonialismo. A saída dos militares franceses da região pode abrir portas para uma maior independência política, econômica e cultural, mas também exige uma nova postura diante das pressões e interesses externos. A África, historicamente submetida à hegemonia estrangeira, está agora se colocando como um espaço de contestação e transformação, em busca de um futuro verdadeiramente autônomo e soberano.

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