Segundo a diretora executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, Denise Suguitani, a maior parte dos casos de nascimentos prematuros poderia ser evitada. Fatores determinantes como acesso à saúde e educação influenciam diretamente nesse cenário, principalmente no caso de gestações na adolescência, que aumentam o risco de parto prematuro devido à falta de preparo do corpo da jovem para a gestação.
A obstetra Joeline Cerqueira, membro da Comissão de Assistência Pré-Natal da Febrasgo, destaca a importância do pré-natal na identificação de situações de risco que podem levar ao parto prematuro. Infecções, ruptura prematura da bolsa e síndromes hipertensivas na gestação estão entre as principais causas de prematuridade e devem ser diagnosticadas e tratadas precocemente.
Além disso, Cerqueira ressalta a necessidade de um acompanhamento eficaz durante a gestação, com a realização de exames e avaliações regulares. O monitoramento do colo do útero por meio do ultrassom morfológico, por exemplo, pode identificar precocemente mulheres com maior risco de parto prematuro e permitir a adoção de medidas preventivas, como o uso de progesterona via vaginal.
As consequências da prematuridade são preocupantes, com índices de mortalidade e complicações significativos para os bebês nascidos antes do tempo ideal. A cada semana de gestação, a taxa de sobrevivência dos prematuros aumenta e a probabilidade de sequelas diminui, no entanto, mesmo os bebês nascidos dias antes do período ideal enfrentam riscos de desenvolver paralisia cerebral leve e atrasos no desenvolvimento.
O relato de Yngrid Antunes Louzada sobre o nascimento de seus filhos gêmeos prematuros, Lucas e Isis, evidencia o desafio enfrentado pelas famílias nessa situação. Com cuidados intensivos e acompanhamento especializado, os bebês conseguiram superar as adversidades e hoje desfrutam de uma rotina saudável, ressaltando a importância do suporte e assistência contínua no tratamento de prematuros.
Diante desse panorama, é fundamental investir em medidas preventivas, como o planejamento familiar, o acesso ao pré-natal de qualidade e a conscientização sobre os riscos da prematuridade. A atenção e o cuidado oferecidos às mães e aos recém-nascidos prematuros são essenciais para garantir o seu bem-estar e desenvolvimento adequados, além de minimizar os impactos físicos e emocionais decorrentes dessa condição.