O presidente da Associação de Moradores, Amigos e Amigas da Fazenda Santa Justina e Santa Izabel, Sílvio dos Santos Soares, destacou a urgência da situação, ressaltando que muitas vidas já foram perdidas devido à falta de luz na região. A ausência de energia impede a refrigeração de medicamentos e a utilização de equipamentos essenciais, afetando principalmente idosos e crianças.
Diante desse cenário preocupante, a comunidade planeja uma reunião com órgãos públicos federais, municipais e a concessionária de energia Enel para pressionar a instalação da rede elétrica. No entanto, os atuais donos das fazendas, a empresa privada Ecoinvest, têm impedido a entrada da concessionária para realizar o serviço.
O Movimento de Pequenos Agricultores e Beto Palmeira reforçaram a importância da eletrificação para a manutenção da comunidade, uma vez que muitos jovens acabam deixando a região em busca de melhores condições de vida. A recente mudança na gestão municipal de Mangaratiba promete facilitar a entrada da Enel nas fazendas, desobrigando a obtenção de autorização dos proprietários para a instalação da luz.
A Enel, em comunicado à comunidade, informou que tem buscado a permissão para iniciar as obras de eletrificação, prevendo a instalação de postes e transformadores em um prazo de 12 meses. A empresa reiterou sua disposição para o diálogo e ressaltou a importância desse acesso à energia para a comunidade quilombola.
A batalha pela eletrificação de Santa Justina e Santa Izabel evidencia a luta por direitos básicos e a resistência de uma comunidade em busca de condições dignas de vida. A esperança dos quilombolas agora se volta para a resolução desse impasse e a garantia do acesso à eletricidade, elemento essencial para sua permanência e desenvolvimento.