BRASIL – Meta flexibiliza política de moderação de conteúdo nos EUA e permite discurso de ódio contra grupos vulneráveis em suas plataformas.

A empresa Meta, que controla plataformas como Facebook, Instagram e Whatsapp, anunciou recentemente mudanças em sua política de moderação de conteúdos nos Estados Unidos. Essa decisão foi tomada para se adequar ao governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Com as novas diretrizes, a empresa passou a permitir insultos e solicitações de exclusão de grupos em debates sobre imigrantes, homossexuais e transgêneros.

Segundo o texto atualizado no site da Meta para a língua inglesa dos EUA, insultos de caráter homofóbico, transfóbico, xenofóbico e misógino passam a ser permitidos em determinados contextos, como fim de relacionamentos. Além disso, a empresa autorizou associar a homossexualidade e transsexualidade a doenças mentais, o que gerou críticas por parte de ativistas e especialistas.

A fundadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), Ana Regina Rego, manifestou grande preocupação com as mudanças na política da Meta, classificando-as como um retrocesso no combate ao discurso de ódio nas redes sociais. Para a professora de comunicação da Universidade Federal do Piauí, a violência digital pode se converter em violência física e as novas diretrizes da empresa colaboram para esse cenário negativo.

Além disso, a Meta passou a permitir conteúdos que defendem limitações de gênero em empregos militares, policiais e de ensino, bem como discursos contrários à participação feminina em determinados setores. Por outro lado, a empresa informou que continuará removendo discursos desumanizantes, alegações de imoralidade grave ou criminalidade e calúnias, conforme suas diretrizes.

O diretor de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, justificou as mudanças nas políticas da empresa como uma decisão para eliminar restrições existentes sobre temas sensíveis, como imigração e identidade de gênero. Segundo Kaplan, as novas diretrizes podem levar algumas semanas para serem totalmente implementadas e visam proporcionar mais liberdade de expressão aos usuários das plataformas controladas pela Meta.

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