Para Ab´Sáber, a manifestação aconteceu em um momento estratégico, após a fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro do país e quando a trama golpista envolvendo setores das Forças Armadas brasileiras já havia se encerrado. Isso não impediu que grupos de apoiadores do ex-presidente promovessem atos de vandalismo buscando realizar uma revolução que, na visão do psicólogo, já se mostrava inviável e fora de contexto.
Apesar da falta de base real para um golpe de Estado, Ab´Sáber ressalta que a insurreição dos vândalos teve suas razões, alimentadas por um fanatismo da extrema-direita que, segundo ele, vinha sendo alimentado há algum tempo. O psicólogo destaca ainda a existência de um plano estruturado de golpe que nutria a esperança dos bolsonaristas em uma tomada de poder.
O psicanalista Christian Dunker, da USP, acredita que a imaginação dos bolsonaristas foi alimentada por velhos fantasmas, como o medo do comunismo, e por uma falta de acurácia política. Dunker relata também uma sensação de expectativa de um ato terrorista que pairava no ar antes dos eventos na Praça dos Três Poderes.
Ambos os especialistas destacam a influência messiânica e o clima de desespero que permeava os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro, sugerindo que pessoas vulneráveis emocionalmente e economicamente eram facilmente engajadas em um movimento de ruptura. Ab´Sáber alerta para a importância de seguir o rito jurídico e respeitar a constituição, enfatizando que tentativa de golpe é crime.
A Agência Brasil tentou contato com a defesa de Jair Bolsonaro para obter um posicionamento, porém não obteve resposta até o momento. O país segue em alerta diante desses eventos que abalaram a ordem democrática e a estabilidade institucional. A investigação e responsabilização dos envolvidos são fundamentais para garantir a segurança e a democracia no Brasil.