BRASIL – Ministro do STF defende debate sobre papel dos militares na política e alerta para riscos de militarização e politização dos quartéis.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, vem se destacando por suas declarações sobre o papel dos militares no cenário político brasileiro. Em um evento realizado no STF, Mendes enfatizou a importância de debater com coragem o envolvimento dos militares na administração pública e nos quartéis, citando a existência de projetos de lei que visam evitar a politização e a militarização desses setores.

Em sua fala, o ministro ressaltou a necessidade de uma legislação que estabeleça um período de quarentena para os servidores públicos que desejam se candidatar a cargos eletivos, afirmando que a atuação de militares, juízes, promotores e policiais não deve ser instrumentalizada para fins políticos. Mendes alertou para o crescimento de candidaturas e políticos eleitos que se associam às suas patentes militares, o que reflete a influência dessas carreiras na esfera política.

A presença de ex-militares nas bancadas da segurança pública também foi abordada, mostrando um aumento significativo de representantes dessas áreas no Congresso Nacional. Esses parlamentares defendem pautas como o fim das penas alternativas, a redução da idade penal e a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, entre outras propostas.

No entanto, críticas foram feitas em relação à idolatria dos militares e a idealização do passado verde-amarelo, conhecido como verde-amarelismo. Segundo especialistas, essa visão romântica e triunfalista dos militares pode distorcer a realidade e ser utilizada para manipular a opinião pública em momentos de crise política.

A impunidade em relação aos abusos cometidos por militares durante o período da ditadura militar também foi discutida, ressaltando a importância de responsabilizar os envolvidos. A necessidade de reformas institucionais e de um debate sobre o legado autoritário do regime militar foi destacada como um passo crucial para a construção de uma democracia mais robusta.

Por fim, a importância de fortalecer as instituições democráticas e de manter a vigilância constante para preservar a democracia foi ressaltada pelo diretor-geral da Polícia Federal, André Rodrigues. Ele destacou a importância de separar as instituições das pessoas e de garantir que equívocos como os planos golpistas recentes não se repitam, enfatizando que a democracia e as instituições são seres vivos que precisam ser constantemente alimentados e cuidados.

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