Esse desempenho acima do esperado coloca em pauta a efetividade das políticas monetárias do governo, que visam controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica. O Conselho Monetário Nacional (CMN), responsável por definir as metas de inflação, é composto por ministros da Fazenda, do Planejamento e o presidente do Banco Central (BC). Já o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC é o principal responsável por conduzir a política monetária e controlar a inflação, principalmente por meio da taxa básica de juros, a Selic.
Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano, e o BC já sinalizou novos aumentos nas próximas reuniões para conter a pressão inflacionária. Eventos como variações climáticas, desvalorização do real ante o dólar e aumento nos preços das carnes são alguns dos fatores que explicam a inflação acima da meta em 2024.
O regime de metas de inflação é fundamental para garantir a estabilidade de preços no país e proporcionar segurança e previsibilidade à sociedade. O descumprimento da meta exige que o presidente do BC divulgue uma carta aberta ao ministro da Fazenda, explicando as causas do desvio e as medidas tomadas para corrigir a situação.
Diante dos desafios enfrentados, houve uma mudança na forma como a meta de inflação será calculada a partir de 2025, adotando o modelo de “meta contínua”. Essa nova abordagem permitirá uma avaliação mais dinâmica da inflação ao longo do tempo, visando evitar a caracterização de descumprimento em situações de variações temporárias nos preços.
Portanto, a busca pelo equilíbrio econômico e pelo controle da inflação permanece como um desafio constante para as autoridades monetárias do Brasil, que buscam manter a estabilidade econômica e o crescimento sustentável do país.