BRASIL – Epidemia do Zika aumenta riscos de hospitalização em crianças com microcefalia, aponta estudo da Fiocruz.

A epidemia do vírus Zika, que assolou o Brasil em 2015, teve como uma de suas principais consequências o aumento do número de bebês nascidos com microcefalia, uma condição que resulta na redução do tamanho da cabeça. Como resultado direto dessa condição, esses bebês enfrentam uma maior probabilidade de serem hospitalizados e, uma vez internados, necessitam de um tempo mais prolongado para receber alta médica.

Um estudo realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que crianças com microcefalia causada pelo Zika apresentam taxas de hospitalização entre três e sete vezes maiores do que crianças sem a síndrome. Além disso, o período de internação para esses pacientes é consideravelmente mais longo em comparação com crianças sem a condição.

Os pesquisadores da Fiocruz analisaram dados de 2 mil casos de crianças com síndrome congênita do Zika e compararam com informações de 2,6 milhões de crianças que não tinham a síndrome. O estudo conclui que crianças com microcefalia permanecem com taxas de hospitalização elevadas ao longo dos primeiros quatro anos de vida, enquanto crianças sem a síndrome diminuem gradativamente suas taxas de internação.

O estudo também ressalta que crianças com microcefalia enfrentam um risco maior de contrair doenças combinadas, o que contribui para uma série de complicações. Além disso, o artigo destaca a importância da elaboração de planos de cuidado estruturados, com foco no manejo ambulatorial de crianças com microcefalia.

Para combater essa situação, os pesquisadores apontam para a urgência no desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o vírus Zika. Diversas instituições no Brasil, como a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan, estão conduzindo pesquisas nesse sentido, enquanto o Ministério da Saúde intensificou as ações de combate às arboviroses, entre elas a Zika.

Com base nesses estudos, é fundamental o investimento contínuo em pesquisas e ações de prevenção para combater os impactos causados pelo vírus Zika e suas consequências, especialmente para as crianças mais vulneráveis.

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