Um estudo realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que crianças com microcefalia causada pelo Zika apresentam taxas de hospitalização entre três e sete vezes maiores do que crianças sem a síndrome. Além disso, o período de internação para esses pacientes é consideravelmente mais longo em comparação com crianças sem a condição.
Os pesquisadores da Fiocruz analisaram dados de 2 mil casos de crianças com síndrome congênita do Zika e compararam com informações de 2,6 milhões de crianças que não tinham a síndrome. O estudo conclui que crianças com microcefalia permanecem com taxas de hospitalização elevadas ao longo dos primeiros quatro anos de vida, enquanto crianças sem a síndrome diminuem gradativamente suas taxas de internação.
O estudo também ressalta que crianças com microcefalia enfrentam um risco maior de contrair doenças combinadas, o que contribui para uma série de complicações. Além disso, o artigo destaca a importância da elaboração de planos de cuidado estruturados, com foco no manejo ambulatorial de crianças com microcefalia.
Para combater essa situação, os pesquisadores apontam para a urgência no desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o vírus Zika. Diversas instituições no Brasil, como a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan, estão conduzindo pesquisas nesse sentido, enquanto o Ministério da Saúde intensificou as ações de combate às arboviroses, entre elas a Zika.
Com base nesses estudos, é fundamental o investimento contínuo em pesquisas e ações de prevenção para combater os impactos causados pelo vírus Zika e suas consequências, especialmente para as crianças mais vulneráveis.