Conhecida por sua atuação frente às lutas de resistência do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, Mãe Bernadete era muito mais do que uma líder comunitária. Ela também exercia o papel fundamental de yalorixá, sacerdotisa de um terreiro de candomblé, e desempenhava um importante papel na articulação política de sua comunidade. Seu assassinato, segundo o Ministério Público da Bahia, foi uma represália devido à sua postura contrária a um grupo que tinha interesses no tráfico de drogas na região.
Os responsáveis pelo crime foram identificados como Ydney Carlos dos Santos de Jesus, Marílio dos Santos, Arielson da Conceição Santos e Josevan Dionísio dos Santos, sendo estes dois últimos apontados como os autores dos disparos que tiraram a vida de Mãe Bernadete. Além deles, Sérgio Ferreira, padrasto de Marílio dos Santos, teria tido um papel crucial no planejamento do assassinato, fornecendo informações e orientações aos executores do crime. As autoridades também estão investigando o envolvimento de um sexto homem, Carlos Conceição Santiago, que supostamente teria armazenado as armas utilizadas no crime.
A reportagem da Agência Brasil buscou um posicionamento da Advocacia-Geral da União (AGU) e do governo da Bahia em relação ao caso, mas aguarda retorno para obter mais informações sobre as próximas etapas desse processo que busca justiça para a família de Mãe Bernadete e para a comunidade que ela tanto defendeu e representou.