Essa decisão do Iphan vem após uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), divulgada recentemente. O MPF solicitou que o órgão priorizasse o tombamento do prédio, cujo processo está em andamento no Instituto desde 2013.
O DOI-Codi foi uma organização ligada ao Exército que funcionou como um centro de repressão política durante os anos da ditadura militar, de 1964 a 1984. No local, indivíduos considerados adversários do governo eram detidos, torturados e assassinados. Além do Rio de Janeiro, o DOI-Codi também tinha unidades em outras cidades como São Paulo, Recife e Porto Alegre.
O prédio onde funcionou o DOI-Codi no Rio de Janeiro é atualmente a sede do 1º Batalhão de Polícia do Exército. Muitos presos políticos foram torturados e mortos neste local, incluindo o engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, cuja história foi abordada no filme “Ainda Estou Aqui”. A Comissão Nacional da Verdade identificou pelo menos 434 pessoas mortas ou desaparecidas durante o regime ditatorial.
O Iphan destacou que o pedido de tombamento do prédio está em fase de análise e que essa é uma das prioridades da autarquia para o ano de 2025. O Instituto aguarda a autorização do Exército para realizar uma visita técnica à área, essencial para dar continuidade ao processo de tombamento.
Familiares e organizações de direitos humanos que lutam por memória e justiça consideram fundamental o tombamento do antigo DOI-Codi. Para eles, essa é uma etapa importante na preservação da história das vítimas da ditadura. Além disso, há outros locais, como o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), que também deveriam ser transformados em espaços de memória.
A Agência Brasil tentou contato com o Exército para obter um posicionamento sobre o assunto e aguarda uma resposta.
Essa decisão de priorizar o tombamento do DOI-Codi representa um passo significativo na preservação da memória das vítimas da ditadura e ressalta a importância de manter viva essa parte obscura da história do Brasil.