BRASIL – Senegalês atingido por arma taser durante abordagem policial em São Paulo pode ficar com fragmento na cabeça para sempre

Na última quinta-feira (16) um senegalês foi agredido por policiais militares no bairro do Brás, em São Paulo, e acabou atingido na cabeça por um projétil de arma taser. Mesmo após passar por uma cirurgia para a remoção do fragmento, um médico considerou arriscado realizar um novo procedimento, o que torna alta a probabilidade de o homem ficar com o fragmento alojado na cabeça pelo resto da vida.

A vítima, que estava fazendo compras quando foi abordada pelos policiais, foi acusada de lesão corporal no boletim de ocorrência. Além disso, um haitiano que estava no local também foi envolvido e deve responder por desacato. O senegalês recebeu um atestado médico que comprovou a presença do fragmento na cabeça e a recomendação de apresentá-lo em locais com detectores de metais para evitar constrangimentos.

Diante desse grave episódio, o Programa Trabalhadores Ambulantes do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos está tomando medidas legais para buscar reparação contra o Estado. Representantes do centro estiveram reunidos com o ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo para registrar a denúncia e buscar providências junto à Corregedoria da PM.

Além disso, foi protocolada uma representação no Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) em conjunto com a vereadora Amanda Paschoal (PSOL). O Gaesp tem como objetivo monitorar a conduta dos agentes e identificar possíveis abusos de autoridade.

É importante ressaltar que o ano de 2024 foi marcado por um recorde de mortes em intervenções policiais no estado de São Paulo, segundo levantamento do Gaesp. A Polícia Militar informou que um inquérito foi instaurado para investigar o caso, porém não confirmou se os agentes envolvidos foram afastados de suas funções.

Diante dessa situação lamentável, fica evidente a necessidade de medidas efetivas para combater a violência policial e garantir os direitos dos cidadãos, especialmente de grupos vulneráveis como os ambulantes. Espera-se que as autoridades competentes atuem de forma rigorosa para combater abusos e garantir a segurança e integridade de todos os cidadãos.

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