No Caribe, o índice de população que passa fome alcançou 17,2%, enquanto nos países da América Central permaneceu estável em 5,8%. No entanto, houve uma redução significativa no número de pessoas com insegurança alimentar na região em 2023, totalizando 187,6 milhões em comparação com 2022, representando uma diferença de 19,7 milhões. Em relação a 2021, a diminuição foi de 37,3 milhões.
Os especialistas da ONU apontaram que essa evolução se deve a melhores indicadores na economia de vários países da América do Sul e à implementação de políticas públicas para ampliar o acesso da população a alimentos de qualidade. Os dados de 2023 também indicam uma queda nos níveis de pobreza, pobreza extrema e desigualdade, ao mesmo tempo em que ocorreu um aumento nos índices de emprego e salário mínimo.
Durante a apresentação dos dados, Mario Lubetkin, subdiretor-geral e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, destacou a importância de fortalecer os sistemas agroalimentares para combater a fome e garantir a resiliência diante de eventos climáticos extremos. Ele ressaltou que, apesar dos avanços em 2023, grupos marginalizados como mulheres e moradores da zona rural ainda sofrem mais com os impactos desses eventos.
Lubetkin também alertou sobre a questão do acesso aos alimentos saudáveis, destacando que o custo ainda é um obstáculo para muitas famílias de baixa renda. Além disso, ele chamou atenção para a preocupação com os alimentos ultraprocessados, que estão relacionados ao desenvolvimento de doenças e são mais acessíveis às famílias de baixa renda por serem mais baratos. Medidas como o aumento da taxação desses alimentos têm sido propostas para controlar seu consumo e promover uma alimentação mais saudável na região.