BRASIL – Ministro critica política do BC de aumento na taxa de juros e defende controle da inflação pela produção, não só pelos juros.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, fez duras críticas à política de aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, adotada pelo Banco Central (BC). Em sua avaliação, o combate à inflação não deve se basear apenas no aumento da taxa de juros, o que resulta em restrição ao crédito e contração da atividade econômica, mas também deve envolver o estímulo à produção.

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar mais uma vez os juros em 1 ponto percentual, fixando a Selic em 13,25% ao ano. Esta foi a quarta alta consecutiva, levando a taxa ao maior nível desde setembro de 2023. O BC justificou a elevação com base na recente valorização do dólar, incertezas globais e a necessidade de controlar a inflação.

Marinho, durante coletiva para apresentar os dados de geração de empregos no Brasil, ressaltou a importância do aumento da produção como forma de controlar a inflação, diversificando as estratégias para além do aumento da taxa de juros. Ele destacou que o país ainda tem espaço para crescimento dos salários sem gerar impactos inflacionários significativos.

O ministro também instou o mercado a assumir sua responsabilidade e a analisar a economia brasileira de forma mais equilibrada, sem entrar em pânico com a necessidade de constantes elevações da Selic. Ele questionou a programação do Copom de elevar a taxa em mais 1 ponto percentual na próxima reunião, pedindo uma revisão dessa decisão.

Marinho alertou para as consequências dos sucessivos aumentos na Selic, apontando para o impacto negativo na atividade produtiva e no orçamento público. Setores como a construção civil já estão avaliando os efeitos a longo prazo dessas medidas, que podem afetar contratos futuros e inibir investimentos.

Diante dessas considerações, o ministro defendeu uma ação mais cautelosa por parte do Banco Central, evitando entrar em um ciclo contínuo de aumentos na taxa de juros que possam comprometer ainda mais a economia do país. A expectativa é que o BC reavalie sua política monetária e encontre um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.

Botão Voltar ao topo