A entrada de Ailton Krenak na Academia Brasileira de Letras, em 2024, marcou um marco histórico ao eleger o primeiro imortal indígena para a cadeira número 5. Em sua fala de agradecimento, Krenak ressaltou a importância da representatividade indígena nos espaços de decisão política e cultural do Brasil, destacando que essa inclusão já deveria ter ocorrido muito antes. O autor inclusive mencionou a intenção de levar consigo os 305 povos indígenas em suas ações.
Outro destaque do programa é Daniel Munduruku, autor de mais de 60 livros e vencedor de prêmios literários como o Jabuti. Ele enfatiza a importância de sua produção voltada para crianças e adolescentes, além de seu trabalho para estimular a produção literária de autores indígenas. Munduruku, juntamente com nomes como Kaká Werá, é considerado pioneiro na literatura dos povos originários.
Eliane Potiguara, por sua vez, é reconhecida como a primeira escritora indígena a publicar um livro no Brasil, com a cartilha “A Terra é a Mãe do Índio”, em 1989. Sua atuação como professora e ativista em comunidades indígenas durante os anos 1970 foi marcada por desafios e resistência, culminando na criação do Grumin (Grupo Mulher e Educação Indígena).
Francy Baniwa, integrante da comunidade Baniwa de Assunção do Içana, no Amazonas, também tem seu destaque no programa. Ela se tornou, em 2023, a primeira mulher indígena brasileira a publicar um livro de Antropologia, intitulado “Umbigo do Mundo”. Sua obra representa uma nova perspectiva sobre as narrativas indígenas a partir de seu ponto de vista como mulher e indígena.
O episódio do “Caminhos da Reportagem” também estará disponível no YouTube para aqueles que desejam se aprofundar neste universo literário e cultural tão significativo para a história do Brasil.